sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Falando em co-incineração...


Ao que parece, a queima de resíduos tóxicos na cimenteira da Cimpor, em Souselas, voltou a ser permitida. Vamos lá ver quando tempo leva até que e a cimenteira da Secil, na Arrábida, volte à co-incineração também... (Relembro que ambas as cimenteiras foram suspensas da queima de resíduos pelo Tribunal Administrativo a quando do recurso interposto pelas autarquias locais juntamente com as associações ambientalistas. Aqui está mais uma prova que são de facto as populações quem mandam...)

3 comentários:

FranciscoBarreto disse...

Isto quando se trata de resíduos tóxicos a questão é muito delicada... Se é verdade que a co-incineração é o processo mais adequado para o tratamento destes resíduos, não é menos verdade que existem riscos associados ao processo, designadamente para a população local... Pessoalmente, também não veria com bons olhos ter um "brinquedo" desses à porta...

Erdna O Herege disse...

Nem mais. E temos que ver outra questão: para além dos riscos para a população, a degradação ambiental que irá ser causada em locais que deveriam ser protegidos pela sua riqueza natural. Temos o exemplo da Arrábida...

:-) disse...

Algumas questões:
1.º residuos tóxicos são o quê?
vejam a directiva Seveso.
Vejam o significado de RIP (resíduo industrial perigoso). Utilizem a internet também para estudar e não só para emitirem opiniões infundadas e descabidas. Parecem populistas.
2.º Vejam o que os verdadeiros ambientalistas defendem de facto (aqueles que estudam a raiz dos problemas e inovam com soluções alternativas). O mal da existência de resíduos perigosos é estes continuarem sem tratamento. O não tratamento de resíduos é que provoca a poluição e o perigo maior para as populações, já que se infiltram nos lençois freáticos ou evaporam (ah pois é!), quando evaporam não quer dizer que o problema deixou de existir, quer dizer que poluíram a atmosfera... (dhahh…) Em Sines muitos milhares de litros de lamas perigosas evaporaram, porque não se fez nada, mas aqui ninguém reclamou.
Neste momento Portugal ainda está a "dar" resíduos às indústrias espanholas, porque estas não têm problemas burocráticos provocados pelo excesso de advogados e pseudo juristas que existem em Portugal que não percebem nada de química, física, matemática… mas percebem de quê mesmo?... (desculpem a classe daqueles que são verdadeiros profissionais e estudam de facto os problemas a fundo). Parecem os sofistas dos políticos de hoje em dia que nada fazem para mudar de rumo a não ser as suas vidinhas tristes e baseadas sempre no bem estar próprio.

A co-incineração, ao contrário da incineração dedicada é até ao momento a melhor solução, já que permite com que cimenteiras incluam no processo produtivo resíduos que dão alto poder calorífico e nas indústrias, o lema é quanto maior aproveitamento energético houver melhor, e nestes casos o desperdício de recursos é sempre minimizado possível, muito menor do que comparado com uma incineração dedicada que tem de queimar e libertar co2 para atmosfera sem criar qualquer tipo de bem para a sociedade.

Conheço bem o discurso do lado das pessoas que não conhecem o processo cimenteiro, mas como estive numa sessão de portas abertas numa das cimenteiras portuguesas e me inteirei de documentação fornecida e de estudos divulgados publicamente feitos por ambientalistas, tirei as minhas conclusões. É muito fácil opinar sobre o desconhecido, mas temos de nos inteirar sobre os assuntos complexos como são estes casos. O planeta tem recursos para serem explorados se existirem compensações. O ser humano ao estar a desequilibrar a Natureza com tudo o que sempre fez desde que existe até agora, só tem 2 saídas:
ou regressa ao neandertalelismo com todas as implicações daí subjacentes,
ou utiliza a sua inteligência evolutiva para ver que desequilíbrios está a criar e actuar com o objectivo de manter a sustentabilidade do planeta (e quando se fala de planeta não é o planeta em si, que esse só irá desaparecer com a própria evolução do cosmos, mas as espécies que nele habitam). Seguramente a 1ª hipótese é a mais fácil, mas também ninguém disse que ser humano hoje em dia e principalmente no futuro irá ser fácil.